O Mapa de Localização de Custos
O Mapa de Localização de Custos (MLC) é um sistema de custeio para apropriar os custos fixos de uma empresa, sendo uma ferramenta bastante apropriada para empresas que operam em regime de encomendas, como é o caso da indústria gráfica.
Neste artigo vamos apresentar os conceitos básicos para conhecer o MLC, suficientes para atender a imensa maioria de empresas da indústria gráfica. O objetivo aqui é tão somente despertar o empresário gráfico para a importância de conhecer seus custos e utilizar esse conhecimento para produzir orçamentos mais próximos da realidade da empresa.
Contas de Despesas
Todas as despesas fixas de uma gráfica devem ser apuradas para a elaboração de um MLC. Despesas fixas são aquelas que ocorrem independente da produção, e assim são excluídas as despesas com matéria-prima, serviços de terceiros e todas as taxas de venda (comissões, impostos etc.).
Para os salários devem se considerar os encargos sociais, de modo que mesmo aqueles que incidem anualmente devem ser rateados para obter-se a média mensal (ver Encargos Sociais).
As despesas que incidem periodicamente, como seguros, também devem ser apropriadas mensalmente.
Algumas despesas expressivas devem ser rateadas de acordo com Chaves de Rateio. Por exemplo, o aluguel e o material de limpeza podem ser rateados de acordo com a área ocupada por cada Centro de Custo.
Centros de Custo
Toda despesa (ou custo fixo) de uma empresa deve ser alocada sob um agrupamento, que pode ter uma natureza produtiva, administrativa ou de apoio à produção. Vejamos cada uma delas:
- Centros de Custo Produtivos
São aqueles que congregam equipamentos de mesma característica produtiva ou atividades manuais. Se a gráfica tem duas impressoras de mesmo formato e número de cores, pode-se utilizar um mesmo centro de custo produtivo. Todos os custos formados pela mão-de-obra que executa os acabamentos manuais (sem o uso de equipamentos, que neste caso devem formar centros de custo próprios) podem ser alocados sob o Centro de Custo ‘Acabamento Manual’. Os salários do pessoal de produção e as despesas exclusivas das máquinas que compõem esse centro, são alocadas aqui.
- Centros de Custo Administrativo
Em estruturas maiores podemos ter vários centros de custo como Comercial, Supervisão da Produção, Administração, Contabilidade etc., mas para quase a totalidade das gráficas é suficiente ter um único centro de custo administrativo. Aqui são alocados custos como aluguéis, energia elétrica, água, materiais de limpeza, telefonia e comunicação, contabilidade etc. Também os salários administrativos são alocados aqui. Veja Taxa Administrativa.
- Centros de Custo Auxiliares
São centros de custo de apoio às atividades principais como , por exemplo, o almoxarifado ou o setor de gravação de chapas. Depois de alocados, as somas dos custos gerados por estes centros são alocadas sobre os demais centros de custo por meio de Chaves de Rateio.
Chaves de Rateio
As chaves de rateio são utilizadas para distribuir o custo de uma despesa ou a soma das despesas alocadas em um centro de custo auxiliar, sobre outros centros de custo. Por exemplo, o custo do aluguel pode ser rateado entre todos os centros de custo de acordo com a área útil ocupada por cada um dos centros. Outros exemplos: energia elétrica (consumo estimado por equipamento ou local), material de limpeza (área), seguros (valor dos equipamentos) etc.
Encargos Sociais
Os encargos sociais são todos os custos indiretos que envolvem o pagamento de salários e qualquer tipo de remuneração sujeita às tributações sociais. Incluem o INSS, PIS, COFINS, férias remuneradas, abono de férias, provisão para licenças remuneradas, 13º salários etc.
Horas produtivas
O número de horas produtivas é a base para o cálculo do custo/hora das atividades produtivas. Para obtê-la deve-se considerar o número de horas estimadas que a máquina deve trabalhar durante o mês, deduzindo-se uma previsão de horas dedicadas à manutenção e outras atividades improdutivas. Esse número obtido deve ser multiplicado pelo número de máquinas alocadas em um mesmo centro de custo, ou o número de pessoas alocadas para uma atividade manual.
Depreciação
A depreciação ou desvalorização é o custo ou a despesa gerada pela obsolescência dos ativos imobilizados, como máquinas, veículos, móveis, imóveis ou instalações. Esses custos, muitas vezes negligenciados pelas empresas, devem remunerar o capital investido nesses recursos, e devem ser calculados no horizonte de sua vida útil e com um valor residual.
Taxa Administrativa
A soma das despesas alocadas no centro de custo administrativo deve ser rateada entre os demais centros produtivos, a princípio de maneira proporcional, ou seja, a partir do mesmo percentual. Conhecendo-se os custos/hora praticados no mercado, pode-se fazer uma redistribuição dessa taxa de modo a obter o mesmo valor final, porém com proporções diferentes para cada centro de custo.
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